4º Domingo da Quaresma – A alegria de encontrar a luz

Cristo, luz do mundo, vem nos retirar das trevas e nos reconduzir a Deus.

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Neste final de semana celebramos o domingo da alegria (em latim, Laetare). A liturgia nos propõe, em meio à aridez do deserto, a recordação da bondade com a que Deus trata o seu povo. Em verdade, apesar de nossa infidelidade, Deus se compadece de nós e nos reconduz ao caminho da alegria e da salvação com a sua luz.

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Esta alegria encontra lugar, para o povo da antiga aliança, na lembrança do retorno do exílio que tanto sofrimento causou aos judeus do Reino de Judá. Dominados pelo Império da Babilônia, os judeus foram forçados a deixar sua terra natal durante o século VI a.C., sendo impedidos de prestar o culto no templo do Senhor, que fora destruído pelos dominadores. Porém, pela bondade de Deus, o tempo de exílio chega ao fim e o povo de Judá é libertado pelo decreto de Ciro, que ordenou “quem dentre vós todos pertence ao seu povo? Que o Senhor, seu Deus, esteja com ele, e que se ponha a caminho” (2Cr 36, 23).

A libertação do exílio da Babilônia é prefiguração de uma bondade ainda maior, manifestada por Deus na nova aliança. A fim de que toda humanidade seja livre para sempre, o Senhor nos “deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,15). Libertos da escravidão da morte e do pecado, nada mais impede os homens de se aproximarem de Deus, a não ser a sua relutância pessoal em abandonar as trevas. De fato, o caminho da luz está disponível, mas cada um deve decidir se quer se aproximar da claridade da verdade em Deus ou permanecer envolto nas escuras trevas de suas próprias verdades.

Resultado de imagem para novo céu e nova terraDiante da imensa bondade de Deus, que sempre conduz o seu povo à liberdade, não podemos deixar de entoar, como fez São Paulo na Carta aos Efésios, um grande louvor à misericórdia de Deus. O apóstolo Paulo resume toda obra salvadora realizada através dos tempos ao concluir que “Deus nos ressuscitou com Cristo e nos fez sentar nos céus, em virtude de nossa união com Jesus Cristo” (Ef 2, 6). Assim, ressuscitados com Cristo, poderemos enfim nos reencontrar de forma definitiva com Deus, para quem fomos criados desde o princípio. Quando chegarem ao fim as coisas que passam, poderemos alcançar o tesouro das coisas que não passam, contemplando a gloriosa face de Deus por toda a eternidade.

Ao vermos que se aproxima o fim do tempo quaresmal, peçamos a Deus a graça de possuirmos a verdadeira fé em Cristo, a única capaz de nos tirar das trevas e nos conduzir à luz. Iluminados por Cristo e ressuscitados n’Ele, nós caminhamos, como o povo do antigo testamento, um caminho de retorno: saindo do exílio deste mundo em direção à pátria celeste. Que nessa caminhada, a misericórdia de Deus seja o nosso sustento.

Virgem Santíssima, Mãe do Perpétuo Socorro, rogai por nós!